Os teus dentes do siso precisam mesmo de ser extraídos? Descobre agora!
Os dentes do siso representam um enigma na saúde oral. Enquanto algumas pessoas convivem com eles sem qualquer problema, outras enfrentam dores intensas, infeções recorrentes e desconforto constante. Mas afinal, quando é realmente necessário extrair os dentes do siso? E será que todos precisamos mesmo de os remover?
Se já experimentaste desconforto ou simplesmente procuras informação confiável sobre este tema, este artigo foi pensado especialmente para ti!
O que são os dentes do siso e por que podem ser problemáticos?
Os dentes do siso são os terceiros molares que geralmente surgem entre os 17 e os 25 anos. Quando nascem corretamente alinhados e com espaço suficiente, não causam problemas. No entanto, para muitas pessoas, estes dentes podem desencadear várias complicações:
- Dor intensa e desconforto na região posterior da boca, dificultando a mastigação e até mesmo a fala
- Inflamações recorrentes (pericoronarite) que podem evoluir para infeções dolorosas com inchaço significativo
- Danos nos dentes adjacentes devido à pressão exercida pelos sisos ao tentarem emergir
- Comprometimento da higiene oral criando áreas de difícil acesso para limpeza, aumentando o risco de cáries, infeções e halitose
- Desalinhamento dentário que pode comprometer tratamentos ortodônticos prévios
- Formação de quistos ou cistos na gengiva que podem danificar a estrutura óssea circundante
Se identificas algum destes sintomas, é fundamental consultar um profissional para avaliar a necessidade de extração.
Quando deves extrair os dentes do siso?
A decisão de extrair os dentes do siso baseia-se em diversos fatores clínicos. Eis alguns sinais evidentes de que a extração pode ser recomendada:
- Dores frequentes ou infeções recorrentes
As dores persistentes na região posterior da boca são um dos sinais mais evidentes de problemas com os dentes do siso. Estas dores podem manifestar-se de várias formas:- Dor pulsante que pode irradiar para o ouvido, têmpora ou pescoço
- Sensibilidade ao mastigar ou ao tocar na área afetada
- Dor que aumenta durante a noite ou em momentos de stress
- Desconforto constante que não responde completamente a analgésicos comuns
Quando o dente do siso tenta erupcionar em posição inadequada, pode pressionar terminações nervosas, provocando dor intensa. Além disso, a pressão nos dentes vizinhos pode causar sensibilidade ou danos na estrutura dentária adjacente. Infeções recorrentes são outro sinal importante, caracterizadas por episódios de dor aguda, inchaço e por vezes febre, que podem melhorar temporariamente com antibióticos mas tendem a retornar enquanto o siso permanecer na posição problemática.
- Falta de espaço na arcada dentária
A evolução humana levou à redução do tamanho das mandíbulas, mas o número de dentes permaneceu o mesmo. Este fenómeno resulta frequentemente em falta de espaço para os dentes do siso, que são os últimos a erupcionar. Quando o espaço é insuficiente, podem ocorrer diversos problemas:- Dentes inclusos ou semi-inclusos – ficam total ou parcialmente retidos no osso ou na gengiva
- Erupção em ângulo inadequado – podem erupcionar na horizontal, na diagonal ou mesmo invertidos
- Impactação contra outros dentes – ficam pressionados contra o segundo molar, causando danos estruturais
- Desenvolvimento de bolsas periodontais – criam espaços entre o dente e a gengiva onde se acumulam bactérias
- Reabsorção radicular – em casos graves, a pressão pode causar reabsorção da raiz do dente vizinho
Os sisos que não conseguem erupcionar completamente ficam mais suscetíveis a problemas a longo prazo, pois criam áreas de difícil acesso para higienização e podem comprometer a saúde dos dentes adjacentes e do osso circundante.
- Inflamação crónica da gengiva (pericoronarite)
A pericoronarite é uma condição inflamatória que afeta o tecido gengival em torno de um dente parcialmente erupcionado, sendo particularmente comum nos dentes do siso inferiores. Esta condição ocorre quando a porção parcialmente exposta do dente cria um “capuz” de tecido gengival que funciona como um reservatório para acumulação de resíduos alimentares e bactérias. As consequências podem incluir:- Dor intensa e inchaço localizado na área afetada
- Limitação na abertura bucal (trismo) devido à inflamação dos músculos da mastigação
- Mau hálito persistente devido à acumulação de bactérias sob o capuz gengival
- Dificuldade para engolir nos casos mais severos
- Aumento dos gânglios linfáticos submandibulares como resposta inflamatória
- Disseminação da infeção para espaços faciais profundos em casos graves
A pericoronarite tende a ser recorrente se o dente não for completamente exposto ou extraído, pois o capuz gengival continuará a criar um ambiente propício para infeções. Episódios repetidos de pericoronarite são uma indicação clara para a extração do dente do siso afetado.
- Apinhamento dentário
O apinhamento dentário é uma preocupação comum relacionada com os dentes do siso, especialmente após tratamentos ortodônticos. Quando os sisos começam a erupcionar, podem exercer uma pressão gradual sobre os outros dentes, provocando alterações significativas no alinhamento:- Sobreposição dos dentes anteriores (incisivos e caninos)
- Rotação dentária – os dentes giram sobre o seu próprio eixo
- Protrusão – os dentes da frente são empurrados para a frente
- Retrusão – os dentes são empurrados para trás
- Mordida cruzada – alterações na forma como os dentes superiores e inferiores se relacionam
- Compromisso de tratamentos ortodônticos anteriores
A teoria da “pressão mesial” sugere que os sisos em erupção podem criar uma força em cadeia que se propaga através da arcada dentária, afetando o alinhamento de todos os dentes. Embora existam debates científicos sobre a extensão desta influência, muitos ortodontistas recomendam a extração preventiva dos sisos após tratamentos ortodônticos para evitar possíveis alterações no alinhamento obtido.
- Lesões nos dentes adjacentes
A proximidade dos dentes do siso com os segundos molares, combinada com a dificuldade de higienização adequada destas áreas de difícil acesso, pode resultar em diversos problemas para os dentes adjacentes:- Cáries na face distal do segundo molar – são particularmente problemáticas por serem difíceis de detetar em estágios iniciais
- Cáries na face mesial do siso – podem progredir rapidamente devido à dificuldade de tratamento
- Reabsorção radicular externa – danos na estrutura da raiz do segundo molar devido à pressão do siso
- Perda óssea localizada entre o siso e o segundo molar
- Bolsas periodontais profundas que podem levar à perda de suporte ósseo
- Hiperplasia gengival – crescimento excessivo do tecido gengival na área de contato
Estudos mostram que a presença de sisos parcialmente erupcionados aumenta significativamente o risco de desenvolvimento de patologias periodontais nos segundos molares adjacentes. A extração dos sisos nestes casos pode prevenir danos irreversíveis aos dentes vizinhos e manter a saúde periodontal da região posterior da boca.
Estas cinco condições representam as principais indicações para a extração dos dentes do siso. É importante destacar que a avaliação profissional individualizada é fundamental para determinar a necessidade de extração em cada caso específico, considerando fatores como idade, saúde geral, condição dos dentes e preferências do paciente.

Todos precisam de tirar os dentes do siso?
Não necessariamente! Se os teus sisos nascerem completamente, alinhados e funcionais, sem provocar dor ou complicações, podem permanecer na boca sem problemas. No entanto, mesmo sem sintomas aparentes, é essencial que um dentista os avalie periodicamente através de radiografias.
Estudos recentes demonstram que cerca de 25% da população consegue manter os dentes do siso sem qualquer complicação ao longo da vida, contribuindo positivamente para a função mastigatória. Além disso, a monitorização regular permite identificar alterações subtis na posição ou na saúde dos tecidos circundantes antes que se desenvolvam problemas mais significativos.
O que esperar da extração dos dentes do siso?
Se a extração for recomendada, não há motivo para ansiedade. O procedimento é seguro, bem estabelecido e realizado sob anestesia adequada. Aqui está o que podes antecipar:
Consulta de avaliação com exames radiográficos detalhados
Antes de qualquer intervenção, o dentista realizará uma avaliação completa que inclui radiografias panorâmicas ou, em casos mais complexos, tomografias computadorizadas. Estes exames permitem visualizar com precisão a posição dos sisos, sua relação com estruturas importantes como nervos e seios maxilares, e determinar o grau de dificuldade da extração. Durante esta consulta, o profissional também avaliará o teu historial médico e esclarecerá todas as dúvidas sobre o procedimento e recuperação.
Anestesia local eficaz para garantir conforto
No dia da cirurgia, o dentista aplicará anestesia local na região a ser tratada através de uma ou mais injeções. A técnica moderna de anestesia inclui o uso de gel tópico prévio para minimizar o desconforto da injeção. A anestesia bloqueará completamente a sensação de dor, embora possas sentir alguma pressão durante o procedimento. Em casos de ansiedade elevada ou extrações mais complexas, pode ser oferecida sedação consciente como complemento à anestesia local.
Extração precisa, com duração adaptada à complexidade
O tempo da cirurgia varia conforme a posição dos dentes e a dificuldade da extração. Sisos completamente erupcionados podem ser removidos em poucos minutos, enquanto dentes impactados no osso podem requerer incisões na gengiva e remoção de pequenas porções ósseas para acesso. O dentista utilizará instrumentos especializados para remover o dente com o mínimo trauma possível aos tecidos circundantes. Após a remoção, o local pode necessitar de suturas, que geralmente são reabsorvíveis e não precisam ser removidas.
Recuperação gradual com cuidados específicos
Após a cirurgia, receberás instruções detalhadas para o período de recuperação. Nas primeiras 24-48 horas, é normal experimentar algum desconforto, inchaço e possivelmente hematomas, que podem ser controlados com medicação analgésica e aplicação de compressas frias. A alimentação deverá ser adaptada nos primeiros dias, evitando alimentos muito quentes, duros ou picantes. A higiene oral deve ser mantida com cuidado adicional na área operada. A maioria das pessoas pode retornar às atividades normais após 2-3 dias, embora a cicatrização completa dos tecidos possa levar até duas semanas.
“Os dentes do siso chegam tarde demais e com sabedoria insuficiente para encontrar o seu lugar.”
Autor Desconhecido
Perguntas Frequentes
A extração dos sisos é dolorosa?
Durante o procedimento, estarás sob efeito de anestesia e não sentirás dor. O desconforto pós-operatório pode ocorrer nos dias seguintes, mas é facilmente controlado com medicação adequada prescrita pelo profissional. A sensação mais comum nas primeiras 48 horas é de pressão e inchaço na região operada, não necessariamente de dor aguda. A aplicação de compressas frias nas primeiras 24 horas e quentes nos dias seguintes pode ajudar significativamente a reduzir o desconforto e acelerar a recuperação.
Quanto tempo demora a recuperação completa?
A maioria das pessoas retoma suas atividades normais em 3 a 7 dias, embora a cicatrização completa possa levar até duas semanas, dependendo da complexidade da extração. Nos primeiros dois dias, é recomendável repouso relativo, evitando esforço físico intenso. Atividades que aumentam a pressão sanguínea, como exercícios vigorosos ou levantar pesos, devem ser evitadas por pelo menos uma semana para prevenir sangramento ou deslocamento do coágulo. O inchaço geralmente atinge seu pico no terceiro dia e começa a diminuir progressivamente a partir daí.
O que posso comer após a cirurgia?
Nos primeiros dias, privilegia alimentos macios e frios como sopas, iogurtes, purés e gelatina. Evita alimentos muito quentes, picantes ou que exijam mastigação intensa. À medida que a recuperação avança, podes introduzir gradualmente alimentos mais sólidos, sempre tendo cuidado para não mastigar diretamente sobre a área operada. É importante manter uma boa hidratação, mas evita bebidas com temperaturas extremas, álcool e o uso de palhinhas nos primeiros dias, pois a sucção pode deslocar o coágulo sanguíneo formado. Uma alimentação nutritiva, rica em vitaminas e proteínas, contribui para uma cicatrização mais rápida e eficiente.
É necessário remover todos os quatro sisos simultaneamente?
Nem sempre. O dentista avaliará cada caso individualmente, considerando fatores como posição, sintomas e conveniência para o paciente. Para alguns, remover os quatro sisos numa única sessão pode ser preferível para evitar múltiplos períodos de recuperação. Para outros, principalmente quando as extrações são mais complexas, pode ser recomendável dividir o procedimento em duas sessões (geralmente um lado de cada vez). Fatores como a idade do paciente, condição geral de saúde, grau de impactação dos dentes e disponibilidade para recuperação também influenciam nesta decisão.
Existem complicações possíveis que devo conhecer?
Como em qualquer procedimento cirúrgico, existem riscos, embora sejam relativamente raros quando realizado por profissionais qualificados. A alveolite (inflamação do alvéolo dentário) é a complicação mais comum, caracterizada por dor intensa alguns dias após a extração. Outras complicações menos frequentes incluem infecção, parestesia temporária (dormência) devido à proximidade com nervos, e sangramento prolongado. É fundamental seguir todas as instruções pós-operatórias e contactar o dentista imediatamente se notares sintomas como febre, dor severa que não responde à medicação, ou sangramento persistente.
Quanto tempo devo esperar antes de escovar os dentes após a extração?
Podes escovar os dentes normalmente no mesmo dia da cirurgia, mas deves evitar a área operada nas primeiras 24 horas. A partir do segundo dia, podes limpar suavemente a região, tendo cuidado para não deslocar coágulos ou irritar a área de cicatrização. O dentista pode recomendar o uso de antissépticos bucais sem álcool para auxiliar na higiene durante os primeiros dias. A manutenção de uma boa higiene oral, mesmo que adaptada, é essencial para prevenir infecções e promover uma cicatrização adequada.

Conclusão
Agora que compreendes melhor quando a extração dos dentes do siso é realmente necessária, estás mais preparado para identificar sinais que exigem atenção profissional. Se sentes dor, desconforto ou simplesmente tens dúvidas sobre os teus sisos, não hesites em consultar um dentista qualificado.
A decisão de extrair ou manter os dentes do siso deve ser sempre individualizada e baseada em evidências clínicas concretas. As tecnologias de diagnóstico atuais permitem uma avaliação precisa da posição e potencial dos sisos para causar problemas futuros, possibilitando intervenções oportunas e minimamente invasivas.
É importante destacar que, quando recomendada por um profissional, a extração preventiva durante a juventude (entre os 17 e 25 anos) geralmente apresenta recuperação mais rápida e menor risco de complicações, uma vez que as raízes ainda não estão completamente formadas e o osso é mais flexível.
Por outro lado, se os teus dentes do siso estão completamente erupcionados, bem posicionados e não causam problemas, a manutenção com acompanhamento regular pode ser a melhor opção. Um plano personalizado, desenvolvido em parceria com o teu dentista, garantirá a melhor abordagem para o teu caso específico.
Lembra-te: a tua saúde oral é um componente essencial do teu bem-estar geral. Investir em cuidados preventivos e tratamentos adequados é investir na qualidade da tua vida. Os dentes do siso são apenas uma parte do puzzle da saúde oral, que inclui higiene diária adequada, visitas regulares ao dentista e hábitos alimentares saudáveis. Ao cuidares do teu sorriso de forma abrangente, estás a contribuir para a tua saúde e confiança em todos os aspetos da tua vida! 😁
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